("Brasília - vista da Torre de Televisão" - ao fundo, a esplanada dos Ministérios e o Congresso Nacional - foto: arq. pessoal)
"Brasília - Sinfonia da Alvorada" é um poema sinfônico de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Foi composto a pedido do Juscelino Kubitschek, que o queria para a inauguração de Brasília. Mas houve protestos contra a construção da cidade e, por questões de custos relativos a tecnologia para sua apresentação, a cidade foi inaugurada sem a Sinfonia. Gravada em 1960, somente em 1966 ocorreu sua primeira audição.
Ao retornar de uma viagem à Brasília, e inspirado pelas imagens da cidade que me haviam ficado, fui procurar o poema da "Sinfonia".
Imaginei que pudesse encontrá-lo em um livro que tenho em casa, e que reúne a obra poética do Vinícius de Moraes em prosa e em verso (1). Não o encontrei. Recorri à internet e lá estava: a "Sinfonia da Alvorada"(2).
Eu sabia da existência dessa sinfonia e da história que envolvia sua composição pelo Tom e pelo Vinícius. Mas eu nunca havia lido o poema, nem tampouco ouvido a música.
Fui encontrá-la no youtube. Coloquei para ouvir. Fiquei encantado!
Ela é dividido em cinco partes (3):
Ao retornar de uma viagem à Brasília, e inspirado pelas imagens da cidade que me haviam ficado, fui procurar o poema da "Sinfonia".
Imaginei que pudesse encontrá-lo em um livro que tenho em casa, e que reúne a obra poética do Vinícius de Moraes em prosa e em verso (1). Não o encontrei. Recorri à internet e lá estava: a "Sinfonia da Alvorada"(2).
Eu sabia da existência dessa sinfonia e da história que envolvia sua composição pelo Tom e pelo Vinícius. Mas eu nunca havia lido o poema, nem tampouco ouvido a música.
Fui encontrá-la no youtube. Coloquei para ouvir. Fiquei encantado!
Ela é dividido em cinco partes (3):
I - O planalto deserto;
II - O homem;
III - A chegada dos candangos;
IV - O trabalho e a construção;
V - Coral
Na primeira parte ("O Planalto Deserto") o Vinícius descreve o lugar com suas coisas "anteriores ao homem": os campos, as cores, as aves, as auroras...
"No princípio era o ermo
Eram antigas solidões em mágoa.
O altiplano, o infinito descampado (...)"
Depois, na segunda parte ("O Homem"), a chegada do homem. O Homem ali chegou para desbravar, para fundar, para erguer e para ficar... O homem trazia, "a antiga determinação dos bandeirantes". "No entanto", explica o autor, "não eram o ouro e os diamantes o objeto de sua cobiça."
E assim o Vinícius escreveu a respeito do homem que ali chegou para ficar:
E assim o Vinícius escreveu a respeito do homem que ali chegou para ficar:
"Seus pés plantaram-se na terra vermelha do altiplano. Seu olhar descortinou as grandes extensões sem mágoa no círculo infinito do horizonte. Seu peito encheu-se do ar puro do cerrado. Sim, ele plantaria no deserto uma cidade muito branca e muito pura..."
Na terceira parte ("A Chegada dos Candangos"), o Vinícius fala da convocação e da chegada de todos os homens que tinham vontade de trabalhar, e da confiança no futuro.
"E, à grande convocação que conclamava o povo para a gigantesca tarefa começaram a chegar de todos os cantos da imensa pátria os trabalhadores: os homens simples e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e mãos de pedra (...) muitas vezes deixando para trás mulheres e filhos a aguardar suas promessas de melhores dias (...)".
Para essa construção "foi necessário muito mais que engenho, tenacidade e invenção", diz o Vinícius. Ele utiliza das imagens duras das palavras concreto, ferro, cimento, areia e fios para compor a 4ª parte - "O Trabalho e a Construção". Fala, além dos materiais, do tipo de trabalho a ser realizado:
"desbastar, cavar, estaquear, cortar, serrar, pregar, serrar (...)".
E descreve ainda o final de cada dia, o crepúsculo, o retorno do trabalhador,
"as mãos vazias de trabalho e os olhos cheios de horizontes (...)".
No fim, a cidade pronta, o coro masculino (5ª parte: "Coral"), os homens, os trabalhadores, celebram exultantes a obra concluída:
"Brasília, Brasília... Brasil, Brasil"...
E o poeta, com todo seu lirismo, assim descreve a cidade que havia nascido:
"Terra de sol
Terra de luz
Terra que guarda no céu
A brilhar o sinal de uma cruz
Terra de luz
Terra-esperança, promessa
De um mundo de paz e de amor
Terra de irmãos
Ó alma brasileira...
... Alma brasileira...
Terra-poesia de canções e de perdão
Terra que um dia encontrou seu coração
Brasil! Brasil!
Brasília!
Hoje, pensando nessa composição eu me pergunto: "Como passei tantos anos sem conhecê-la?" Mas tudo tem seu tempo. O sentido e o valor das coisas aparecem conforme a vida vai nos proporcionando situações novas. Pois foi preciso eu ficar tomado de amores pela construção de Brasília para poder buscar e compreender o significado da sinfonia... da sua "Sinfonia"...
(CLIQUE NA SETA PARA ASSISTIR E OUVIR)
("Sinfonia da Alvorada" - trechos na voz de Vinícius de Moraes
https://www.youtube.com/watch?v=IQ02nAV79ZM)
30/03/2013___________________________________
(1) "Poesia Completa e Prosa". Editora Nova Aguilar - 2ª edição de 1976, reimpressa em 1985)
(2) Para ler o poema inteiro, https://www.letras.mus.br/vinicius-de-moraes/87259/
(3) Para ouvir o poema sinfônico, declamado pelo Vinícius, segue o link do youtube
I - O Planalto Deserto - https://www.youtube.com/watch?v=MhYYwocpDgw (2) Para ler o poema inteiro, https://www.letras.mus.br/vinicius-de-moraes/87259/
(3) Para ouvir o poema sinfônico, declamado pelo Vinícius, segue o link do youtube
II - O Homem - https://www.youtube.com/watch?v=t2ZsjFDl_ug
III - A Chegada dos Candangos - https://www.youtube.com/watch?v=9QXdOiYowzM
IV - O Trabalho e a Construção - https://www.youtube.com/watch?v=OyJVmv5sRg4
V - Coral - https://www.youtube.com/watch?v=T33IBIK-B9M
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