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sexta-feira, 9 de julho de 2021

BAALBEK: DAS RUÍNAS AO FESTIVAL

 

Templo de Júpiter - Baalbek
https://no.wikipedia.org/wiki/Fil:Baalbek_-_temple_of_Jupiter.jpg

     Baalbek sempre foi, para mim, um aperto no peito, um afeto distante, um sentimento inspirado pelas imagens existentes em um anel dourado e negro, exibido no dedo anular da mão esquerda do Sr. Houssain - um imigrante libanês que viveu na minha terra natal e que, carinhosamente, dirigia-se a mim chamando-me "Beduíno"... Baalbek também foi o olhar impreciso do jovem libanês Chafic que, então recém chegado à minha cidadezinha, declamava versos de Khalil Gibran e procurava cuidar de sua própria construção.


CLIQUE NA SETA PARA OUVIR E ASSISTIR

Ruínas de Baalbek
https://www.youtube.com/watch?v=dgxN5SgEQv0

     Além da estampa no anel do sr. Houssain ou do olhar distante do Chafic, Baalbek é uma cidade fenícia situada a Noroeste de Beirute, capital do Líbano, e que remonta a muitos anos antes de Cristo. Os romanos a conquistaram, também e ainda, antes de Cristo. Como meio de demonstrar ao Oriente, naquela época, o poder de sua cultura, os romanos nela construíram grandes templos - o maior complexo de templos daquele Império, os quais foram, depois, destruídos por terremotos. No local onde suas ruínas se encontram, um dos festivais culturais mais importantes do Oriente Médio é realizado anualmente, desde 1955: o Festival Internacional de Baalbek.


Baalbek - Templo de Baco
https://www.spiritusmundi.com.br/15-razoes-para-conhecer-o-libano/

     Hoje assisti, ao vivo e on line, a transmissão desse Festival. A região libanesa denominada "vale do Bekaa", onde Baalbek está localizada, trouxe-me de volta o anel do sr. Houssain e o olhar impreciso do Chafic. Isso porque, hoje, veio de Baalbek uma voz, um canto, uma ligação do homem com a eternidade... As apresentações no espetáculo trouxeram a expressão da força da cultura libanesa... Guitarras, tambores, instrumentos de sopro, teclados... Baalbek foi hoje a voz da humanidade, a voz de uma nova geração que visitou seus antepassados, que se reinventou, que se levantou, e que mostrou a genialidade criativa do povo daquele país... daquele país que cabia, por inteiro, no anel de um imigrante, e no olhar de um desbravador.


3 comentários:

  1. Elias, belo texto, ficou ainda mais intetessante recheado de cultura, história, memórias saudosas!!! Beijos fraternos!!!

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    1. Obrigado, Cleu, pela consideração de sempre. Beijão.

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  2. Obrigado, Cleu, pela consideração de sempre. Beijão.

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