Do final do ano de 1999 até o falecimento do apresentador, em 2008, eu costumava assistir, semanalmente, a um programa na TV Senado chamado "Quem tem medo da música clássica?"
O programa, que ia ao ar tarde da noite, era apresentado pelo então senador fluminense, poeta, professor e advogado, Artur da Távola - pseudônimo de Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros (1936-2008). Foi nesse programa que conheci um pouco da história de muitos dos grandes compositores e suas obras, assisti a alguns concertos gravados por orquestras renomadas, e conheci muitos instrumentos musicais.
Há anos a TV Senado montou e comercializou um kit contendo DVDs com as gravações de alguns desses programas. Na época eu quis adquirir esse kit para poder rever, sempre que quisesse, os programas gravados que tanto me agradavam, mas nunca consegui encontrá-lo.
Lembrei-me desse programa agora, enquanto lia "Vida de Cinema" - livro do cineasta Cacá Diegues (Ed. Objetiva, 2014). Nesse livro o autor revê sua vida e seu trabalho, e comenta sobre as pessoas que o influenciaram e que foram importantes em sua trajetória: um deles o Artur da Távola, que foi seu amigo na PUC-RJ. Por intermédio do "Quem tem medo da música clássica?", da TV Senado (e, posteriormente, pelos seus livros), assumo que nunca fui indiferente ao Artur da Távola: ele também foi importante para a minha formação.
Bom... tudo isso só para contar que, por medo de não reencontrá-lo mais, quero deixar guardado aqui um dos programas que assisti. Assim, egoisticamente, reservo a mim o privilégio de poder encontrá-lo com facilidade para poder revê-lo sempre que o desejar.
Espero que todo aquele que tiver acesso a esta pequena publicação também possa se sentir inspirado a viajar pela música clássica, desenvolvendo, inclusive, um gosto significativo por ela. Recomendo que o vídeo seja assistido à luz de apenas um pequeno abajur, em silêncio, na companhia de ninguém mais a não ser de si mesmo... Se for madrugada, melhor ainda. Afinal, nas palavras do próprio Artur da Távola, "música é vida interior, e quem tem vida interior, jamais padece de solidão".
- Voilà!
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