Estou aqui, extasiado. Extasiado porque acabei de ler o discurso que foi proferido pelo Ruy Castro em sua posse na Academia Brasileira de Letras. Extasiado porque gosto dos trabalhos do Ruy Castro. O Ruy é um cultuador e ao mesmo tempo escultor da alma brasileira tão bem torneada em "Estrela solitária", em "Carmen", em "Chega de Saudade", em "A noite do meu bem"... na Bossa Nova, nas noites do Rio... no samba-canção... Gosto do Ruy Castro, dos seus livros, da sua coluna na Folha, dos programas que gravou em rádio... Em seu discurso, um passeio pela Cadeira 13. Encanta: o fogo, a roda, a palavra... Encanta a mim, particularmente, por "ilusões da vida", do Francisco Otaviano, inspirador do Vinícius em "como dizia o poeta...": "quem passou pela vida em branca nuvem (...) só passou pela vida, não viveu"; encanta ao falar do Rouanet, seu antecessor, na aposta pela cultura... ao citar, inclusive alguns dos nossos queridos pontos de referência: Tom Jobim, Antônio Maria e Rubem Braga... Que passeio! Belíssimo discurso: rico, inteligente e elegante. Ao Ruy, todos os nossos aplausos.
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